domingo, 31 de maio de 2009

Sou um guardador de rebanhos


VAN GOGH, A Pastora

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O sentido da incapacidade..


(clicar na imagem para visualizar o texto)

Hoje deparei-me com duas situações muito complexas.. Entre uma pausa e mais um passeio pela escola, ocorreu-me este texto de Paulo Coelho que aqui transcrevo.. Quando recorri a ele a primeira vez, faz agora cinco, foi num contexto muito diferente.. sim! muito diferente..
As situações que motivam esta postagem, que são as que importam, merecem da minha parte toda a atenção e oração.. não sei de todo o que fazer.. pelo menos em relação a uma delas.. Ajuda-me, meu Deus!

Várias lágrimas.. umas secas outras nem tanto..

terça-feira, 19 de maio de 2009

Oração do Abandono



Parece que uma lágrima quer saltar.. mas não faz qualquer sentido..

domingo, 17 de maio de 2009

17 de Maio

Será esta data uma referência no futuro?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Esperança

E quando aquelas conversas grandes surgem quando menos esperamos?? Bem.. que agradável.. mesmo quando o assunto o não é..

Esta postagem vem tentar ser luz para uma conversa grande que tive ontem no "mê sê nê" (messenger)..

Uma letra de Pedro Barroso:

Se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas meu filho mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam

Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a cada dia
e se no teu braço apenas sentes a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão

(iste mundus furibundus falsa prestat gaudia
quia fluunt et decurrunt ceu campi lilia
Laus mundana vita vana vera tillit premia
nam impellit et submergit animas in tartara)


Um beijo para a "Dedinhos".. A minha caixinha mágica está contigo..

Post scriptum: esta postagem terá segunda parte.. que será um pequeno vídeo desta música que alguém se irá oferecer para fazer.. ;)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Todo tempo do mundo - Parte III

Em homenagem à Kelly e à Rakas e não só..



Na continuidade dos pensamentos sobre o tempo, ou a falta dele.. sobre as prioridades.. sobre a quem devo dar esse tempo.. sobre a felicidade que está no tempo que não "gasto"..

Ontem, fui "obrigado" a atrasar uma das minhas aulas.. tinha mesmo de terminar de corrigir um trabalho para a faculdade e enviar por mail.. era uma apresentação que iria servir de introdução a uma mesa de convidados lá da aula de planeamento da faculdade, que por acaso correu muito bem..

Quando cheguei à sala, já devia passar meia hora.. tudo bem.. duas apresentações para serem feitas e eu nem tinha consiencia que 3 alunas tinham-se empenhado à séria para fazer o trabalho e eu não dei a devia importância.. enfim..

Recuando um pouco.. quando me sentei tinha uma aluna a querer entregar dinheiro da venda de lápis e canetas já realizada.. outra cheia de motivação para apresentar o trabalho.. outra a querer ver os tais lápis e canetas.. ambos junto da minha secretária.. e ainda estava outra sentada na minha secretária a ultimar o seu trabalho.. bem, outros estavam à janela e outros a fazer os trabalhos de química e outros nem sei.. conclusão: a confusão total.. quase total..

O tempo foi avançando.. e entre vendas de canetas e lápis à janela e outras conversas e a constatação de uma ausência ao encontro.. o tempo esgotou-se..

Resumo: uma falta de respeito da minha parte por aqueles que preparam responsavelmente os seus trabalhos.. enfim.. o tempo que eu devia ter dispensado e não dispensei.. não aos trabalhos mas ao que os realizaram..

Entretanto, depois de mais uma conversa sempre interessante, saí da sala por volta das 14h.. Começei a subir a escadaria que levaria ao encontro daquela que tinha faltado ao encontro.. mas já eram 2 da tarde e ela de certo já devia estar no bar..
Desci e fui ao bar ao encontro do encontro.. mas não encontrei quem queria encontrar.. mas logo encontrei outros tantos.. entre mais umas vendas de canetas e lápis e umas combinações sobre o filme que os meus magníficos vão produzir e as conversas tão sérias de alguém a quem dedicarei a próxima postagem e mais uma sandes pelo caminho..

Mas a minha caixinha continuava irrequieta (aliás, como anda sempre).. e lá fui eu subir novamente a escadaria do encontro.. Mal entrei na biblioteca dei de frente com o destinatário da minha busca.. "peguei" nela e "arratei-a" até à única mesa disponível, que por acaso era a última, a mais discreta.. lá falei umas coisas.. e outras ficaram por dizer.. outros encontros cruzaram o encontro.. lá descemos e mais umas palavras foram ditas..

Este blog não serve para mandar recados.. de todo que não.. mas tenho de dizer.. sabes bem que a nossa conversa não terminou.. eu cá estou, cá ando à espera..

Uma última nota vai para todos aqueles que esperam uma palavra, uma atenção.. da minha parte e eu distraídamente não dou o devido tempo.. Que a Rakas e as outras "Rakas" me perdoem..

Todo tempo do mundo - Parte II

Pois é.. como é possível? como é possível o impossível??!! vá diz-me! diz-me como é possível o impossível.. pois é.. não é possível.. por acaso até é possível..



Este sou eu daqui a uns anos.. sim! este sou eu daqui a uns anos.. à espera de ti.. com todo o tempo do mundo.. aliás eu neste momento já estou à espera.. já estou à espera de ti.. tu que não vens e que nunca virás.. mas eu espero.. espero por ti.. com todo o tempo do mundo..

Não penses que o destinatário desta postagem és tu.. e só não és tu pelo simples facto que o destinatário desta mensagem sou eu..

Todo o tempo do mundo - Parte I

A partir de uma reflexão, à qual dedicarei uma postagem com este mesmo nome, vi-me novamente envolvido em reflexões nada propícias às alegrias da primavera que se vai vivendo no tempo que corre.. oh.. se corre!! Reflexões essas que me arrombam esta pequena caixinha de emoções..
Não é justo que tantas e tão magníficas pessoas esperem por uma atenção minha, uma palavra, um carinho, uma postagem.. não é justo, NÃO É JUSTO!!
Não é justo pelo simples facto que não sou assim tão merecedor de tão grande consideração.. Mas mesmo sendo.. não é justo que não lhes dedique mais do meu tempo.. quando afinal são essas pessoas que fazem com que eu seja feliz.. tão feliz..
Hoje, hoje, HOJE quero ter todo o tempo do mundo para ti..



Podes vir a qualquer hora
Cá estarei para te ouvir
O que tenho para fazer
Posso fazer a seguir

Podes vir quando quiseres
Já fui onde tinha de ir
Resolvi os compromissos
agora só te quero ouvir

Podes-me interromper
e contar a tua história
Do dia que aconteceu
A tua pequena glória
O teu pequeno troféu

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Houve um tempo em que julguei
Que o valor do que fazia
Era tal que se eu parasse
o mundo à volta ruía

E tu vinhas e falavas
falavas e eu não ouvia
E depois já nem falavas
E eu já mal te conhecia

Agora em tudo o que faço
O tempo é tão relativo
Podes vir por um abraço
Podes vir sem ter motivo
Tens em mim o teu espaço

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Carlos Tê / Rui Veloso