domingo, 30 de novembro de 2008

Mais emoções..

O dia de ontem, que será para sempre um dia a recordar, foi recheado de emoções, foram tantas, mas tantas que quase que a minha caixinha ia rebentando..

Começou com aquela aula da manhã sempre tão única e especial, como todas as minhas aulas..
E aquela conversa na reprografia.. Ainda por cima interrompida por uma aparição de uma ex-aluna tão especial..
E vai uma corrida (em dois sentidos: porque já estava atrasado e espiritualmente queria mesmo correr para o próximo "compromisso")..
Entrei na escola e aconteceram duas aulas altamente elevadas.. A primeira não vou comentar.. Por variadíssimos razões.. Mas foi sem dúvida um momento muito alto.. A segunda, que começou atrasada (pois tive de prolongar a 1.ª aula, mas mesmo assim muito ficou por dizer, por pensar e por sentir..) teve um momento muito engraçado, quando embalei numa explicação muito elaborada e os "putos" a acompanhar com todo o interesse.. foi o máximo..
Mais uma corrida até à outra escola para mais momentos fortes..
Mais um café com uma colega que ao tempo que não falávamos..
Mais o trabalho da associação..
Enfim.. e tanto que fica por dizer.. Tantos sentimentos e emoções..

Tenho mesmo pena de não ter escrito este texto ontem.. teria saído bem melhor..

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O meu condão


Quis Deus dar-me o condão de ser sensível
Como o diamante à luz que o alumia,
Dar-me uma alma fantástica, impossível:
- Um bailado de cor e fantasia!


Quis Deus fazer de ti a ambrosia
Desta paixão estranha, ardente, incrível!
Erguer em mim o facho inextinguível,
Como um cinzel vincando uma agonia!

Quis Deus fazer-me tua... para nada!
- Vãos, os meus braços de crucificada,
Inúteis, esses beijos que te dei!

Anda! Caminha! Aonde?... Mas por onde?...
Se a um gesto dos teus a sombra esconde
O caminho de estrelas que tracei...


Florbela Espanca

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Reticências


"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho."
Mário Quintana

Obrigado AN!

...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sei em quem pus a minha confiança

Homenagem descrita em abaixo



Não podia deixar passar o dia de hoje sem escrever alguma coisa sobre a minha aula da manhã..
Fiz uma permuta com a professora de Inglês e fui dar aula às 8 da manhã.. Imagine-se que quando cheguei tinha à minha espera mais alunos que o esperado.. Imagine-se que um grupo de malta foi "assistir" à aula.. Nem sabia como reagir.. E reagi mal.. Fico triste por isso.. Não estava à espera e não consegui adaptar a aula ao contexto.. e eu que até sei fazer isso.. pensei que o melhor seria não fantasiar e fazer o que estava programado.. mas não foi bem.. de qualquer modo fica da minha parte a grande emoção que senti ter por um dia uma aula com gente tão interessante..

Esta canção serve também para homenagear todos aqueles que no fim-de-semana passado estiveram no retiro de preparação para o crisma.. Foi com grande emoção que participei na Missa de encerramento..

Não fiques na praia.. voa bem mais mais alto..

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Deves estar a chegar



Uma das músicas do momento..

Nas noticias da manhã,
falavam de um furacão no México.
A imagem dos viajantes decepcionados,
foi o fundo do aeroporto,
onde podes estar a chegar.

Deves estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Não te vi e tentei voltar a dormir
sabendo que a Ásia ainda estava longe.
Mas como não chegaste fiquei preocupado,
nada nas notícias porque é que não estou
a receber uma chamada tua.

Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Sim.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Cansa Sentir Quando se Pensa

Abaixo nota explicativa desta postagem

Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.

Tudo isto me parece tudo.
E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
E não poder viver assim.

(Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo -
Ah, nada é isto, nada é assim!)

Fernando Pessoa

Nota explicativa desta postagem:

Andei toda a semana com um texto de uma jovem sobre um tema daqueles quentes, intensos e sofridos.. o AMOR!!
Apesar do meu tempo altamente reduzido, andei a fazer pesquisas de forma a encontrar um poema que pudesse homenagear esse sentimento, esses sentimentos.. mesmos quando as coisas não correm como nós sonhámos.. Não consegui arranjar o poema que queria.. não sei qual é, mas sei que já está escrito..
Esta poesia de Fernando Pessoa não é a ideal, mas é muito interessante.. e serve portanto para o dedicar à jovem que motivou esta postagem.. serve também para dedicar a várias pessoas que me estão próximas.. lembro agora de quatro.. cada uma especial.. Não as posso nomear, mas estão na minha caixinha mágica..

domingo, 12 de outubro de 2008

O regresso aos bancos da faculdade

Tanta emoção que tem se cruzado comigo nestes dias..
Tanta emoção que merecia aqui um espaço..
Enfim.. Maldito tempo! Bendito tempo..

Na passada terça-feira voltei à escola.. Quer dizer, voltei à escola como estudante..
É uma sensação muito engraçada, para quem é professor, sentar-me numa aula como aluno.. Terminei a minha licenciatura à pouco mais de um ano, mas já tinha saudades de estudar.. Se eu pudesse inscrevia-me aí nuns 10 cursos.. Optei por me dedicar ao aprofundamento na área da educação..

Mas o que eu quero aqui relatar são as emoções do 1.º dia de aulas..

Chego à cidade universitária uns 15 minutos antes do início das aulas.. Começo logo por sentir uma emoção menos boa, os nervos de não conseguir estacionar, tudo lotado.. Bem, lá consegui um espacinho entre o passeio e o caixote do lixo, junto a uma poça de água enorme que por sorte não me molhou todo quando vários carros passavam e eu estava a sair do carro.. Ainda por cima eu ia com umas calças clarinhas, mesmo boas para uma bela molha de água e lama.. Como o tempo estava a esgotar-se, lá fui eu à pressa, quase a correr, para a escola.. Cheio de nervos miúdinhos de entrar numa faculdade nova para mim e aulinhas que sonhei frequentar e que se tormaram realidade.. que estavam prestes a tornar-se realidade.. ainda por cima o professor da primeira disciplina já tinha sido meu professor na licenciatura..
Lá cheguei perto na sala 2, que tinha a porta rodeada de alunos (os meus colegas?) e pouco tempo depois chega o esperado professor, que me cumprimenta.. deixando-me numa sensação de alegria pelo reconhecimento e de constrangimento pelo facto de os meus futuros colegas repararem no referido cumprimento..
A primeira aula! Tal como eu imagina.. Vai ser um verdadeiro espectáculo.. Imagine-se que vou ter uma matéria sobre finanças escolares..
No decorrer da aula o professor pediu-nos que nos apresentassemos.. Quando chegou a minha vez referi o facto de ser professor de EMRC, o que causou alguns olhares da malta lá da frente.. Não percebi.. No final da aula esses colegas vieram falar comigo e convidaram-me para fazer parte do seu grupo para o trabalho da disciplina, com o argumento de eu ser católico.. Fiquei de boca aberta.. Depois percebi.. Um é protestante evangélico, outro protestante de outro ramo e outro é testemunha de Jeóva.. Consideram que eu devia ser um bom elemento para o seu grupo.. Claro que fiquem muito contente..
Depois fui lanchar ao bar e lá me juntei aos outros colegas que estavam na mesma situação que eu, estudantes novos naquela faculdade.. Um ambiente muito giro, cheio de partilhas..
E tanta coisa mais me aconteceu.. Tanta emoção sentida que ficam por relatar..

sábado, 20 de setembro de 2008

O CASAMENTO DO SOL E DA LUA

«A ETERNIZAÇÃO DAS NOSTALGIAS DE UM SONHO NÃO ACONTECIDO», este poderia ser o sub-título desta postagem.. mas não quero que seja.. apenas porque não poderia ser.. pelo que o sub-título desta postagem é:

A ETERNIZAÇÃO DO AMOR (como se houvesse amor fora da eternidade)



Passemos à explicação desta postagem. Hoje, dia 20 de Setembro de 2008, a eternidade humanizou-se no casamento do sol e da lua.. Nunca pensei que este momento chegasse.. Nunca pensei que este momento chegasse tão depressa..

Não dedico postagens a este assunto, nem quero dedicar.. há coisas que a caixinha mágica que me habita guarda só para si mesma.. Mas hoje tinha mesmo de ser..

De qualquer modo não vou falar muito do assunto.. até porque nem saberia como falar dele.. é algo de ETERNO, inacessível à nossa humana condição..

Há cerca de quatro anos atrás esta caixinha mágica voou para fora de mim mesmo, navegou pela eternidade e regressou para tomar conta do pseudo-racional e inssentimentalista que teimava reinar em mim.. imagine-se que me apaixonei pela Lua, qual Sol enamorado pela sua eterna amada..

Mas como dizem os poetas, e digo eu também, o Sol e a Lua jamais se unirão de forma tão trivial e mundana.. é algo que não pertence ao tempo e ao espaço.. é eterno.. Deus é eterno.. Deus é amor.. a eternidade é amor.. o Sol e a Lua têm uma ligação de amor.. uma ligação eterna.. uma ligação divina..

Mas imagine-se que hoje a eternidade humanizou-se!! O Sol e a Lua uniram-se oficialmente pela lei dos homens, consagrando assim o seu amor.. Como todo o amor vem de Deus, mesmo que o Sol não seja eu, o meu amor pela Lua, que também vem de Deus, chegará à Lua, independentemente do Sol.. Ou seja, o Sol e a Lua estão para sempre unidos, no tempo e no espaço e na eternidade..


Fica aqui a letra da música que conta a história.. cada palavra é especial e adequada..

Vieste como quem chega
Nos braços da madrugada
Trazias feno nos versos
Que me disseste calada

Trazias lendas e luas
Trazias sóis por nascer
Uma folha de aloendro
O teu corpo de mulher

Rio secreto e profundo
Correndo dentro do espanto
Trazia contigo o manto
Com que vestiste o meu mundo

Foste corpo imaculado
Nos quatro cantos do cio
Fogueira acesa do frio
Do meu amor desamado

Amor, amor chorar por ti será cantar
Amor, amor corpo de trigo e de luar
Amor, amor morrer por ti será nascer
Amor, amor corpo inventado de mulher

E foi tão bom possuir-te
Deitada no pensamento
Como se fosses incenso
Lançado ao sabor do vento

Ao meu amor nunca venhas
Tão minha sem avisar
Quero esperar-te num leito
Feito de linho e luar

Quero que sejas o nardo
Boca fechada de um grito
Que nos transforma a manhã
Nas léguas de um infinito

Quero que sejas perfume
Feno, raiz e vulcão
Asa, saudade e ciúme
Na palma da minha mão

Amor, amor chorar por ti será cantar
Amor, amor corpo de trigo e de luar
Amor, amor morrer por ti será nascer
Amor, amor corpo inventado de mulher

"Morrer por ti será nascer", Paco Bandeira

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Se

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Pudesse eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.

Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 17 de agosto de 2008

Nostalgias de um sonho não acontecido..

(Escrito no dia 15 de Agosto)

Antes de mais permitam-me que faça duas notas prévias:

1. Hoje foi um dia complexo para mim e para a minha, família que merecia sem dúvida um grande post, de qualquer não quero falar disso hoje..

2. Para todos aqueles que são assíduos a este singelo e insignificante blog o meu sincero pedido de desculpas por nunca mais ter escrito nada, mas tenho andado realmente numa “roda vida” com vários projectos novos, um dia também vos falo disso..

Hoje quero falar sobre as emoções que me invadiram no dia 15 de Agosto de 2004 (é verdade! Já lá vão 4 anos..) e que hoje ainda conservo na minha caixinha mágica..
Corria portanto o ano de 2004, o ano das grandes descobertas.. No ano em que descobri que aquele que eu teimava que vivesse em mim acabava de morrer definitivamente.. Aquele homem racional, frio e calculista deu lugar a este pobre emocionado com as coisas da vida.. Tudo isto graças a ti! Minha querida e distante Lua dos encantos e dos desencantos..

Um dia destes, ao acaso (como se as coisas acontecem por acaso, como se o acaso existisse.. Claro que existe!), ouvi uma música do José Cid que conta uma história simples, mas muito grande para mim, simplesmente por ser a minha..

Passo a transcrever a letra dessa canção, que se intitula “O melhor tempo da minha vida”:

«Foi só por curiosidade
Que tu estendeste a mão
Foi só mais uma aventura
Do teu ego sem paixão
Eu que fui todo ternura
Que foi todo o coração
Tarde de mais compreendi
Qual a tua intenção...

E no entanto obrigado, obrigado para sempre
Pois por mais tempo que eu viva
Eu nunca vou esquecer
Que tu mesmo sem querer
Me vieste oferecer
O melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida...

Os meus amigos de sempre
Vieram me avisar
Para ter cuidado contigo
Que mais tarde ia chorar.
Só que eu dei tudo por tudo
Julguei que tu poderias
Amar alguém que te amasse
Que te modificarias.

E no entanto obrigado, obrigado para sempre
Pois por mais tempo que eu viva
Eu nunca vou esquecer
Que tu mesmo sem querer
Me vieste oferecer
O melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida...

Foi o jogo do amor...
Um vencedor e um vencido,
Mas quem mais sofre, quem mais ama
É que sai enriquecido...

E no entanto obrigado, obrigado para sempre
Pois por mais tempo que eu viva
Eu nunca vou esquecer
Que tu mesmo sem querer
Me vieste oferecer
O melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida...

Que tu mesmo sem querer
Me vieste oferecer
O melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha vida, o melhor tempo da minha
vida... »

Mas regressando ao 15 de Agosto de 2004.. Tal como este ano, nesse dia vim até Penha Garcia.. Desde esse ano que as saídas do Bombarral, nomeadamente as vindas a Penha Garcia transportam em si um sentimento de grande nostalgia.. Sei que parto, não sei se volto..

Fica uma das músicas do Grande Barroso, que sempre me vem à memória a 15 de Agosto de cada ano: “Em nome do feitiço acontecido”.

domingo, 20 de julho de 2008

Rupturas necessárias, mas difíceis..


Voltaram as lágrimas..

Lágrimas de alegria..
Lágrimas de agradecimento..
Lágrimas de respeito..
Lágrimas de estima..
Lágrimas de humildade..
Lágrimas de admiração..
Lágrimas de despedida..
Lágrimas de saudades..
Lágrimas de amizade..
Lágrimas de amor..

E foi assim..

Foi com estas lágrimas que foi aspergido o cântico final da Missa de hoje, dia em que termino as minhas funções junto daquele grupo de pessoas maravilhosas..

É com estas lágrimas que escrevo este texto..

Vivo estes dias uma sensação única, nunca antes sentida.. Saio do Coro Paroquial porque sinto que chega ao fim a minha colaboração.. Seria bem mais fácil se saísse por um desentendimento, uma zanga ou outra coisa qualquer.. Mas assim é muito mais bonito, apesar de ser mais difícil.. É uma ruptura necessária, não quero entrar num processo de desmotivação e declínio.. Sempre achei de grande sabedoria as pessoas que sabem sair no momento exacto, por isso sinto-me feliz comigo, apesar de ser mais difícil..

Não vou esquecer nunca a imagem que acompanhou hoje o cântico final..

«Cantai ao Senhor um cântico novo
Porque o Senhor fez maravilhas
Revelou a Sua justiça às nações. Aleluia!»

E faltou lá um rosto, uma pessoa.. Tenho pena que não tenha partilhado este momento connosco, mas assim foi bem mais fácil.. Mas ela esteve lá.. Claro que esteve!

Os meus amigos ofereceram-me um ramo de flores e escreveram-me uma mensagem linda.. Mais lágrimas.. Vinha também este texto:

«Tenho sede de conhecimento
E fome de saber sempre mais.

Tenho sede de conhecer o que desconheço
Fome de descobrir coisas novas
Vontade de chegar sempre mais longe
E mais fundo dentro de mim mesmo.

Tenho esperança de, ao longo de toda a minha vida,
Poder colmatar esta necessidade
Que brota do mais fundo de mim
Me fortalece, sustenta
E desafia a crescer sempre mais
Rumo à Sabedoria Infinita.»

Ficam tantas emoções deste tempo dentro da minha caixinha mágica, que vou guardar para sempre..

Até sempre, AMIGOS!

domingo, 13 de julho de 2008

O caroço de pêssego




O texto que quero deixar aqui hoje serviu para uma reflexão (e que reflexão!) em Montargil, na actividade A EMRC E OS AMIGOS, a Viagem dos Sorrisos.
Para além de o dedicar a todos os Magníficos presentes na actividade, e também aos ausentes, quero dedicá-lo à minha querida AN, por motivos óbvios..

O texto:

«Tudo o que é grande nasce pequeno.

“Fui eu que, há muitos anos, coloquei um caroço de pêssego no quintal”, disse o avô para o neto. “Por isso temos lá fora esse lindo pessegueiro que dá pêssegos para toda a família!”

Na vida há coisa que a gente nem conta:
Uma só gota de perfume enche o quarto inteiro de um cheiro agradável;
Um pouco de fermento faz levedar toda a massa do pão;
Uma colher de iogurte basta para transformar um litro de leite em iogurte;
A explosão de um único átomo destrói uma cidade inteira;
Um grão de trigo dá uma espiga com muitos grãos;
Um pequeno erro de cálculo no papel faz desabar um prédio;
E assim por diante…

São as coisas pequenas que produzem coisas grandes.
Assim acontece na natureza, assim acontece na vida.
Assim é hoje, assim era no tempo de Jesus.
Ele falava disso nas suas parábolas sobre o Reino de Deus.

Quem despreza a semente por ela ser tão pequena, nunca vai ter fruta que possa matar a fome.
E há muita semente pequena na nossa vida que nós nem damos conta.»

Carlos Mesters

sábado, 12 de julho de 2008

A VIAGEM DOS SORRISOS


Esta imagem vale por si mesma!
Imaginem só as emoções que não estão por detrás destes sorrisos de alguns dos magníficos..
Imaginem como ficou a minha caixinha mágica depois destes dias..
Montargil foi realmente muito à frente..
Tanta coisa que me apetecia recordar, mas ficam os sorrisos..

INTERVALO



Vida em câmara lenta,
Oito ou oitenta,
Sinto que vou emergir,
Já sei de cor todas as canções de amor,
Para a conquista partir.

Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto aonde eu não entrei,
Noticia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

Vida á média rés,
Levanta os pés
Não vás em futebóis, apesar…
Do intervalo, que é quando eu falo,
Para não me incomodar.

Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto aonde eu não entrei,
Noticia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

Não me deixes já
Historia que não terminou
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto aonde eu não entrei,
Noticia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto aonde eu não entrei,
Noticia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

Perfume



terça-feira, 8 de julho de 2008

CRUZ(ES)



«Se alguém quiser seguir-me, tome a sua cruz e siga-me» Mc 8

A sabedoria popular, inspirada nesta frase proferida pelo Grande Mestre, assume que todos nós temos uma determinada cruz na nossa vida. Essa cruz é simbolismo de todas as provações (dores e sofrimentos) pelas quais somos convidados à purificação das nossas vidas, para subirmos à Jerusalém celeste.

Apesar da minha curta experiência de vida, várias provações já me foram oferecidas, tantas vezes que fui tentado a impor a minha vontade, mas o Grande Mestre acaba sempre por vencer, e ainda bem! Pelo que faço da minha vida uma renúncia às minhas vontades para abraçar a Cruz da minha felicidade. Mas nem sempre é fácil ou tem sucesso.

Neste post quero falar de uma Cruz muito especial, quero falar da minha Cruz profissional, que também é pessoal. Uma Cruz que se baseia em cruzes.. Cruzes feitas ou não feitas que compõem a minha Cruz. Claro está, estou a falar das cruzes dos boletins de matrícula que os alunos fazem ao inscreverem-se em EMRC.

Cruzes que se fazem..
Cruzes que se fazem com tanta leveza..
Cruzes que se fazem por engano..
Cruzes que se fazem porque se ouviu dizer que o professor é fixe..
Cruzes que se fazem porque se ouviu dizer que a EMRC faz umas actividades giras..
Cruzes que se fazem..

Cruzes que não se fazem..
Cruzes que não se fazem com tanta leveza..
Cruzes que não se fazem por engano..
Cruzes que não se fazem porque o horário é mau..
Cruzes que não se fazem porque é mais uma aula..
Cruzes que não se fazem porque não apetece..
Cruzes que não se fazem..

Cruzes que se fazem porque alguém influenciou..
O amigo, os pais, o professor, o Director de Turma..

Cruzes que não se fazem porque alguém influenciou..
O amigo, os pais, algum professor, o Director de Turma.. Ou os próprios Serviços Administrativos..

Deixem-me agora contar duas ou três histórias:

1. Talvez há dois anos que isto aconteceu.. Entrei nos Serviços Administrativos e estava uma mãe a fazer a matrícula do filho. Enquanto esperava para ser atendido presenciei a seguinte conversa:
- Administrativa: Vai matricular o seu filho em Moral?
- Mãe: Vou, vou porque lhe faz bem!
- Administrativa: Olhe que era melhor não, ele pode não querer e depois não dá para anular, até porque o horário pode não ser bom. Era melhor esperar e depois se ele quiser inscrevesse.
E a mãe não fez a tão desejada cruz. E eu pensei: “Não vale a pena sessões de esclarecimento, nem cartazes, nem campanhas.. E isto foi feito à minha frente, imagino o que se faz quando eu não estou presente no momento das matrículas, o que é quase sempre.

2. Um dia destes um aluno meu disse-me o seguinte:
«Stôr, estava para não me inscrever, mas depois tive pena de si e inscrevi-me.»
Prefiro ocultar os meus sentimentos da altura..

3. Ontem aconteceram-me duas cenas curiosas. Fui informado que num dos níveis de ensino se inscreveram apenas 6 alunos, o que pela legislação obriga a que se faça uma junção destes alunos com outro nível (o que significa menos uma turma e menos duas horas). Para meu espanto a legislação invocada não se aplica à disciplina de EMRC, pelo que logo afirmei que tal situação não estava inteiramente correcta. Foi-me, então, pedido que argumentasse legalmente a minha convicção. Pedi 10 minutos e fui mergulhar em legislação e lá encontrei a minha justificação e logo a fui dar a quem de direito. Apesar de achar estranho que o Ministério não a tenha no elenco da sua legislação, aceitou a minha justificação. (Parece mesmo que o Ministério ignora alguns diplomas menos convenientes para a sua acção, mas isso são outros assuntos.) Simultaneamente, fui também informado que faltava apenas 1 aluno para que se pudessem abrir 3 turmas noutro nível de ensino, sendo-me solicitado que tentasse resolver o assunto. Nem queria acreditar, mas estava preparado para telefonar a um aluno que me tinha dito há dias «Eu não gosto muito de Moral, mas como o Stôr é fixe, para o ano inscrevo-me outra vez». Mas na hesitação de levar as minhas intenções a actos concretos, tive um rasgo de pensamento e fui impelido para ir pôr o nariz nos boletins de matrícula de todos os alunos da turma do aluno em causa. Depois de conferir todos os boletins, apercebi-me que havia uma cruz não contabilizada. De imediato fui informar que afinal o número de alunos dá para abrir as tais 3 turmas. Agora estou com uma sensação de: «Será que há mais cruzes não contabilizadas?» Enfim, nem sei o que fazer. Devo ir pôr o nariz novamente em todos os boletins?

Mais umas quantas histórias teria aqui para relatar, mas o texto já vai logo.. E é assim que vou vivendo mais um mês de Julho.

Malditas cruzes! Benditas cruzes!

sábado, 28 de junho de 2008

A todas as pessoas menos boas

Há muito tempo que não me sentia tão triste…
Há muito tempo que não me sentia tão angustiado…
Há muito tempo que não me sentia tão revoltado, embora de forma pacífica…
Há muito tempo que não me sentia tão em crise…

Dizem que a crise é necessária para que haja progresso!

Maldita seja a maldade do mundo!
Maldita seja a maldade dos outros!
Maldita seja a maldade de mim!
Maldito seja eu, condenado a viver num mundo assim e com outros assim e comigo assim!

Imagine-se que hoje até chorei com lágrimas…

Lágrimas que me sujam a alma…
Lágrimas que me fazem mal…
Lágrimas que me deixam em crise…
Malditas lágrimas!

Malditas lágrimas?! Benditas lágrimas!

Benditas lágrimas que me fazem sofrer…
Bendito sofrimento que me purifica…
Bendita purificação que me traz a paz…
Bendita paz que me traz o amor…

Deus caritas est! Deus é amor!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

GAUDEAMUS, ALEGREMO-NOS!!

Fado para um amor ausente

Meu amor disse que eu tinha
Uns olhos como gaivotas
E uma boca onde começa
O mar de todas as rotas

Assim falou meu amor
Assim falou ele um dia
E desde então fico à espera
Que seja como dizia

Sei que ele um dia virá
Assim muito de repente
Como se o mar e o vento
Nascessem dentro da gente

Manuel Alegre


Este poema para além de muito bonito, grande e cheio de significado, é postado aqui para representar os sonhos e as emoções que o Grupo Coral Gaudeamus me tem proporcionado..
É um privilégio para mim poder juntar a minha voz às vozes de pessoas tão especiais..
E tudo o mais fica por dizer.. A minha caixinha de emoções tem muitas recordações de sorrisos, de sonhos e de..

terça-feira, 24 de junho de 2008

Há dias assim...


Ao contrário do que quero deste blog, há dias assim..
E a caixinha mágica também tem os seus dias menos bons..
É a semana das cruzes.. :(
Recorro ao grande Pedro Barroso para ilustrar o meu estado de espírito..

Quero fugir, quero estar presente,
Quero esquecer, quero lembrar,
Dava tanto, tanto jeito
Não me chamar tanto a terra,
Não amar tanto do peito,
Não gostar tanto da vida,
Não ter amado nas dunas,
Não navegar tanto a noite,
Não respirar tanto mar…

Pedro Barroso, Sou português, sou diferente

sábado, 21 de junho de 2008

O tempo sem tempo


Tanta vez que me apetece viver no tempo que há-de vir, aquele que já veio e torna a vir, aquele tempo que não tem tempo..
Nesta vida atríbulada em que vivo.. vivo e sobrevivo.. Falta-me tempo! Falta-me sobretudo aquele tempo em que o tempo não tem razão de existir.. Exacto, o tempo é coisa do existir.. Basta! Não quero mais existir, existir só por existir.. Existir como existe o tempo... Eu quero é ser, ser sem tempo ou existir..
Imagine-se que um dia destes deparei-me envolto em pensamentos, constatando que me falta tempo para fazer uma das coisas que mais prazer de dá.. Por mais ridículo que pareça, falta-me tempo para trabalhar.. Tantos relatos que ouço que o trabalho durante tanto tempo e eu que não tenho tempo para trabalhar..
Quero viver no tempo que há-de vir, aquele que já veio e torna a vir, aquele tempo que não tem tempo..

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O António e o telemóvel

Não posso deixar de escrever um post sobre uma emoção que me aconteceu hoje sobre a incredulidade perante as novas tecnologias..
Lá vinha eu da escola, tarde e a mais horas como de costume, quando tirei o meu telefone do silêncio e reparei que tinha uma chamada do António. (O António é alguém muito especial na minha vida, homem de grandes e longas experiências, pelo que já não é propriamente um jovem, é alguém que não acredita que os telemóveis também servem para enviar mensagens, acho que estou a exagerar, mas que ele tens umas certas dúvidas, isso é verdade!) Como estava quase a chegar perto dele, resolvi não ligar e deixei o telemóvel de lado. Mas entretanto a minha caixinha de emoções e a minha racionalidade lá tiveram mais uma das suas discussõe e resolveram que eu devia mandar uma mensagem curta a dizer "Estou a chegar!" Como ele devia ter o telefone perto poderia ser que carregasse no botão certo e lesse a mensagem.. Sem garantia nenhuma, mas mal também não faria.. E assim o fiz, enviei a mensagem. Quando cheguei ao pé do António foi realmente uma emoção de espanto da minha parte e alegria da parte do António e de alegria da minha parte por ter provocado esta alegria ao António..
Pequenas grandes coisas!
Um abraço muito grande ao António!

O Bem e o Mal (como se este existisse...)


Este texto é dedicado, em primeiro lugar, a uma jovem "inquieta" na busca da verdade. Em segundo lugar, a todos aqueles jovens que estão nesse magnífico caminho de descoberta, especial aos meus alunos..


Alemanha - Inicio do século XX
Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou os seus alunos com esta pergunta: “Deus criou tudo o que existe?"
Um aluno respondeu com grande certeza: -Sim, Ele criou!
-Deus criou tudo? Perguntou novamente o professor.
-Sim senhor, respondeu o jovem.
O professor indagou: -Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que as nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?
O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, regozijava-se de ter provado mais uma vez que a fé era uma perda de tempo.
Outro estudante levantou a mão e disse: -Posso fazer uma pergunta, professor?
-Lógico, foi a resposta do professor.
O jovem ficou de pé e perguntou: -Professor, o frio existe?
-Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso nunca sentiu frio?
Com uma certa imponência o rapaz respondeu: -De facto, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo o corpo ou objecto é susceptível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.
-E, existe a escuridão? Continuou o estudante.
O professor respondeu temendo a continuação do estudante: Existe!
O estudante respondeu: -Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. A luz pode-se estudar, a escuridão não! Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não!
Continuou: -Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?! Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.Finalmente, o jovem perguntou ao professor: -Senhor, o mal existe?
Certo de que para esta questão o aluno não teria explicação, professor respondeu: -Claro que sim! Lógico que existe. Como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal!
Com um sorriso no rosto o estudante respondeu: -O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente nos seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.
Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado… Imediatamente o director dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome?
E ele respondeu: ALBERT EINSTEIN, senhor!”

sábado, 14 de junho de 2008

Fernando, o Pessoa







No dia em que crio este meu blog, em que se comemora o 120.º aniversário de Fernando Pessoa, quero deixar aqui um texto dele, que já inspirou umas boas conversas..




PEDRAS NO CAMINHO...



"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo e que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vouconstruir um castelo..."



O meu comentário:



O Sr. Fernando Pessoa que me perdoe mas tenho de alterar esta última frase:



Emoções no meu caminho? Guardo todas! Estou a construir um castelo de emoções, um dia vou viver nele, no céu..

Razão de ser..

O primeiro post que quero deixar é sobre a razão de ser deste blog. De há uns tempos para cá tenho sido invadido por um turbilhão de emoções, sobre tudo agradáveis.. Sim, porque as desagradáveis deito-as fora.. Não servem para nada.. Em simultâneo tem nascido em mim o desejo de as expressar pela escrita.. Mas eu nem sei escrever, nem gosto.. Não sei de todo onde isto vai parar..