Sem sombra de
dúvidas que se tivesse de responder à questão de forma rápida e se me dessem
uma só opção, diria que calar a realidade é um puro ato de cobardia. Penso para
mim mesmo que a verdade, mesmo que seja inconveniente para nós próprios, não
poderá em caso algum ser calada.. É um imperativo para a minha consciência e
para a minha maneira de ser de nada ocultar da realidade. Acho que não é
correto calar as realidades, mesmo que possamos vir a ser prejudicados. Penso
que o mundo seria bem mais fácil se nós expressássemos sempre o nosso pensamento,
muitos conflitos e equívocos seriam evitados.
Por outro
lado, tenho visto, e condenado, o “calar” por necessidade, como se de um
esquema se tratasse para não sair mal no papel que representamos.. Bem, poderá
haver esquemas cujo calar seja conveniente e salutar para alcançar determinado
objetivo.. quando revelamos tudo nunca se chegará às alegrias da surpresa..
Pois é, se calhar o calar não é assim tão mau..
Quando penso
na frase evangélica que refere que Maria «guardava todas estas coisas no seu
coração», para além de não perceber, deixa-me desconcertado.. Não serei uma “língua
de trapo” e terei o enorme defeito de dizer sempre aquilo que penso, mesmo que seja
altamente inconveniente? Aquilo que considero uma virtude, a frontalidade, não
será antes uma crueldade brutal que apenas manifesta o meu egoísmo? Isto dói-me
por dentro.. Tanta aprendizagem ainda a fazer.. será que algum dia saberei
viver??!!
Voltarei em
breve a este tema.. espero ter a coragem de me poder confrontar com isto..