domingo, 13 de dezembro de 2009

Mais um mega "fim-de-semana"

(acabei de perder dez minutos à procura de uma definição para "fim-de-semana", mas não consegui.. irrita-me chamar "fim-de-semana" ao Domingo, sendo este o primeiro dia da semana)..

Adiante..

Acabo de viver dois dias espectaculares.. vamos ver se consigo dizer tudo aquilo que fiz.. Não vou comentar, pois demoraria pelos menos 2 dias só para descrever..

Sexta-feira:

1. Pela primeira saí sem trauma da escola.. Sim, a sexta-feira irrita-me só pelo simples facto de se aproximar dois dias sem ir à escola.. Mas já tinha posto na cabeça que esta semana tinha mesmo de sair às 18h, tinha "carradas" de coisas para fazer na associação.. Pronto, lá saí da escola por volta das 19:30, depois de uma conversa, e que conversa, com uma das minhas colegas queridas lá da escola..

2. Voei até à cidade do Bombarral, já a IA estava a chamar-me, pois tinhamos combinado por volta das 19h e qualquer coisa..

3. Entranto chega o magnífico PF que logo se põe a trabalhar, como é costume.. e eu quase a bloquear lá fui ligar todos os aquecedores para a DA e fui para o computador imprimir cartazes para o calendário de avdento..

4. Entretanto chegam os animadores e as minhas queridas malucas, que são, nem mais nem menos que as minhas meninas da catequese, crismadinhas o ano passado.. vinham no ponto da maluquice.. lá ensaiamos para Domingo e combinámos outras "cenas"..

5. Saímos cedo da associação.. eu e a minha querida GS (actualmente muito ocupada nas campanhas publicitárias do Modelo.. aquela a quem dediquei uma postagem há bem pouco tempo.. :P) o que é que eu ia a dizer??!! já sei.. eu e a GS fomos à roulote dos cachorros comer uma hambúrguer.. UMA hambúrguer ou UM hambúrguer?? não interessa.. adiante..

6. Entretanto houve umas trocas de mensagens, mas isso agora não interessa nada.. ou interessa.. adiante.. depois fomos até ao Pátio das Cantigas (palácio da nossa AMIGA MI), onde habitualmente passo os serões.. e que serões..

7. Já o sol estava a tomar banho para sair à rua e nós fomos para casa.. claro que tou a exagerar..

Sábado:

1. Levantei no tempo previsto.. MILAGRE!! despachei-me rápido, pois não tomei banho como habitualmente..

2. Fui tomar café e o dia começa a correr bem.. muito bem.. A minha comadre, dona do café, deu-me o número de telefone da sua cabeleireira.. diz que é boa e trabalha barato.. ou seja: do melhor! Saí do café e liguei-lhe logo.. que sorte! marcação para a hora que eu queria: 12:30h.. Logo de seguida recebo um telefonema de Aveiro, por causa da viagem que estou a organizar para os magníficos.. novidades incríveis.. vai ser uma actividade espatacular.. Deus permita! está a dar uma trabalheira.. o pior é que a malta não tá muito entusiasmada.. deve ir um grupinho pequeno, mas vai ser muito bom..

3. Fui até à casa paroquial.. chegaram os meninos e os animadores.. entretanto introduzimos a actividade missionária programada e fomos até ao largo da igreja..

4. Cabeleireiro: espectáculo! Tal qual como estava previsto..

5. Almocinho à pressa e começa a maratona da tarde.. dedicada à escola..

6. Compras no chinês (o lago para o presépio lá da escola), recolha de papelões (para a mesma finalidade).. cafézinho na cervejaria.. e partida para a Serra d'el Rei, em busca de musgo.. Bem, tenho de dizer que a JH foi a grande motivadora para que segunda-feira o presépio nasça, eu já estava a perder as forças.. Obrigado!! Adiante..

7. Regresso e banho relâmpago.. nem 40 minutos demorei..

8. Partida para torres novas! Voei..

9. Chegada ao Teatro da Virgínia e bilhetes esgotados.. "pode ser que alguém desista"..

10. Jantar e que jantar.. caro e bom.. muito bom.. (já estou a resumir mais.. nem vou cantar as voltas em torres novas)..

11. Regresso ao Virgínia.. Um átrio "apinhado" de uma multidão na expectativa do melhor concerto do ano! Esperança.. rumo à bilheteira.. nem queria acreditar.. a lotação está mesmo esgotada.. Se não fosse a DC eu tinha desistido logo.. mas ela disse-me para eu esperar, que ia ver se arranjava lá fora.. não me perguntem, também não percebi.. diz que no Atlântico é assim.. às vezes arranja-se.. Ela lá foi e lá veio e nada.. A multidão entra na sala e eu pendurado na bilheteira.. enfim, que cena triste e deprimente.. Finalmente o Director do Teatro Virgínia concedeu a entrada a umas seis pessoas para os lugares não ocupados da comunicação social.. Nem queria acreditar.. Eu e a DC éramos 2 dos felizes contemplados.. pelo detalhe: aqueles lugares não eram pagos.. :P

12. CONCERTO DE ENCERRAMENTO DAS COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS DE CARREIRA DO GRANDE PEDRO BARROSO! Do melhorzinho que eu já vi.. emoções, emoções, emoções.. quase 3 horas de música, poesia, sonhos, vida, amor..

13. Regresso.. acho que adormeci no caminho, mas foi pouco tempo, afinal eu vinha a conduzir..

Domingo:

1. Manhã de Recolecção! Magnífico.. Aquilo faz-me mesmo bem.. Encerra por volta das 12:30h com o grande encontro com Jesus..

2. Vai um café e regresso a casa.. Portefólios esperam-me.. que reflexões.. textos muito bons..

3. Missa dos filhos que partiram.. pedrada no charco! A Igreja cheia de gente sofrida pela perda dos seus filhos.. emoções..

4. Vai uma visita ao lar.. maravilha.. terror.. pensamentos.. medo.. alegria.. satisfação.. estranheza.. céus!!! Tenho a caixinha mágica a partir-se..

5. Cafézinho..

6. Portefólios..

7. Jantar com os papás.. sempre.. o Domingo é deles..

8. Em casa da minha querida MI a escrever esta postagem..

(este final é mesmo a despachar.. quero ir ao "mê-sê-nê"..

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Escola meio vazia




Hoje a escola esteve mais vazia que o costume..
Esta malta faz-me falta e só já faltam pouco mais de 6 meses.. :(

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Casa(s) cheia(s)

Estou cansado.. estou cansadíssimo.. emocionalmente cansado.. quer dizer, não estou cansado de emoções, o meu cansado é que me emociona.. Ou serão as emoções que me deixam cansado?? Talvez.. mas mesmo que as emoções me deixem cansado, as emoções não me cansam! Adiante.. Tenho de escrever esta postagem agora, caso contrário já não a escrevo..
Terminei à pouco a minha última aula da semana.. e imagine-se o que aconteceu.. sala com lotação esgotada, aliás mais que esgotada.. o último aluno a chegar teve de ir buscar uma cadeira à sala ao lado.. inacreditável!! e faltaram alguns alunos.. pois eu não sei de onde eles aparecem, mas que é uma alegria enorme é! E ainda por cima são muitos bons!
Tanta vez que eu tenho gozado com a sala cheia e a sala vazia, mas longe de imaginar que um dia destes o sonho tornara-se realidade.. hoje a sala foi pequena para acolher todos aqueles que quiseram vir à aula de Moral!
Esta é uma emoção... e as outras?? bem.. são tantas.. o facto de saber que é sexta-feira à tarde e tudo quer ir para casa e vão à aula.. e o CR que me pediu desculpa por não me ter pedido para trocar assistir hoje em vez de ontem.. e o TH que parece que veio para ficar nas aulas de sexta.. e o mesmo TH e não sabe se é aluno de Moral, nem eu sei.. e eu que lhe pedi para lhe dar nota este período.. e o DV que anda de namoro pegado com a RS.. e as ribamêras.. e as outras.. e os outros.. e a LC sempre pronta para o debate, e hoje que era dia para o debate e não houve grande debate, mas houve muita ideia e reflexão pelo ar.. e os marmanjos cá da frente sempre em grande falatório.. e os bem comportados sempre à espera de mais matérias, reflexões e coisas que façam pensar.. e tanta coisa que o meu pensamento não filtra, mas o meu coração guarda..
E não posso deixar de referir a presença do TR.. por momentos até sentir o meu coração bombear o sangue mais depressa quando ele chegou.. teria tanto para dizer sobre ele, teria tanto para lhe dizer.. se calhar ainda lhe mando um mail.. não sei se deva.. às vezes fico a pensar se me devo meter tanto na vida dos meus alunos.. quer dizer, acho que me meto exageradamente.. ou talvez meta.. mas é impossível não querer saber das notas e dos namoricos e dos namoros e das tritezas e das alegrias.. gosto de estar com eles, gosto de saber deles, gosto deles..
Pois, não admira que termine a aula quase a entrar em exaustão.. bem, aquele descomprimir de grande intensidade emocial.. como é aquele momento em que os alunos vão embora e eu ainda antes de ganhar coragem para arrumar a sala e as minhas coisas me sento a pensar o quanto é bom ser professor, o quanto é bom ser professor de moral.. E hoje quando estava envolto nestes pensamentos fui invadido por magníficas alunas à janela.. faço ideia o susto que não devem ter apanhado quando me viram.. afinal eu devia estar transfigurado.. não seria bem eu que estaria ali.. mas uma coração emocionado encarcerado neste corpo que transporta a vida d eum emocionado..

Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
Lc 10,21

A caminho do Natal.. 4 de Dezembro

A caminho do Natal.. 3 de Dezembro

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Um triste episódio

Apesar do sigílo profissional a que estou obrigado, tenho de partilhar este triste episódio..
Há coisas na escola muito desagradáveis.. há putos mesmo muito tótózinhos.. Como é que é possível?? Como??
Hoje estive num conselho de turma quase três horas e cheguei ao fim com a sensação de tempo perdido.. aquela malta não tem remédio.. e o pior é que eu disse isto em conselho de turma.. claro que o prof. de moral é um homem crente, não fica bem dizer estas coisas.. que se lixe.. aquela turma está perdida.. tanta coisa já fizeram e nenhuma consequência tiveram.. parecia que estava tudo parvo.. ao longo da reunião lá iam surgindo histórias e mais histórias, sem nenhum fio condutor.. nem uma tentativa de diagnóstico.. lá se iam alvitrando umas regras mais ou menos arbitrárias.. a turma está perdida e o conselho de turma também..
Até parecia uma piada quando uma professora lembrou que na próxima semana iam ter uma visita de estudo.. eu até ia saltando para cima da mesa!! (claro que tou a exagerar!!)
Sei que amanhã não vou ter esta opinião.. até porque eu sou crente e acho que há sempre recuperação.. Mas hoje não! Há malta muito mázinha.. como é possível??
Hoje vi pela primeira vez uma professora a chorar num conselho de turma.. e não é uma professora qualquer.. é uma PROFESSORA!!
enfim..

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Intervalo das 16h = sexualidade

A aula das 14:30h, apesar dos vários protestos (sim! protestos!), acabou 5 minutos mais cedo.. Fui logo visitar a D. Fernanda à portaria, para poder ir até ao bar da escola e passar lá o intervalo inteirinho, mal sabia eu o que me esperava.. Como à hora de almoço vários magníficos vieram ter comigo por causa de rifas, decidi levar a pasta das rifas e fui até ao bar..
Já não sei como é que foi, mas sei que tive uma série de conversas paralelas, em grupo, individual.. enfim.. tanta conversa e um só assunto: sexualidade!
Não me consigo lembrar de todas as conversas, mas sei que foram muitas.. Lembro de termos falado de homossexualidade de forma muito simples e pouco habitual.. Realmente este é "problema" que muitos jovens se deparam e raramente resolvido de forma natural..
Lembro-me da minha querida B. entrar profundamente no meu pensamento e obrigar-me a ser rigoroso com uma ideia que estava a desenvolver.. Já não me lembro qual era o assunto, mas de certo que tinha a ver com sexualidade.. Eu estava a dizer que mais vale dizer uma coisa (negativa) e não senti-la ou então não senti-la.. e precipitadamente concluia que era a mesma coisa.. mas logo fui "agredido" pela B.: "Não, não é!" Tive de organizar novamente os pensamentos e concluir que é bem diferente dizer numa coisa (negativa) e não sentir do que não sentir uma coisa mas dizê-la.. Obrigado B.!
Não posso deixar passar as indignações da minha querida D. a respeito das "desigualdades" sexuais entre homem/mulher.. mas é um assunto complicado aquela coisa das desigualdades aceites em sociedades fechadas.. Oxalá tenhamos tempo de pensar nisto mais tarde..
Outra ideia, esta tratada à hora de almoço (afinal a temática da sexualidade já vinha sendo o assunto do dia, como se a sexualidade não tivesse sempre na ordem do dia!).. bem, como ia a dizer, a ideia da constituição de família e a sua relação com o casamento.. será que estes dois "conceitos" não estão intimamente ligados??!! Será que pode haver família plena fora do casamento??!! Será que o casamento será mesmo desnecessário??!! Então e o pacto matrimonial para selar o amor??!! Então porque é que se discute tanto o casamento dos homossexuais??!! Só o amor não lhes chega??!! Será que existe alguma relação homossexual com um amor verdadeiro e pleno??!!
Dizem para aí que o 2.º período das aulas de EMRC será dedicado exclusivamente à Civilização do Amor, vamos a ver o que vai sair daí..
Que intervalo magnífico.. TENHOS OS MELHORES ALUNOS DO PLANETA E ARREDORES..
Não hei-de eu andar com dores no meu peitinho, tenho o coração demasiado dilatado..
E as rifas não fizeram falta nenhuma..

Deixo-vos uma canção do Grande Pedro Barroso.. Companheira! Se tiverem paciência analisem a letra..

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Popota



QUE MÁXIMO!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A minha mais nova aquisição



Hoje fui finalmente fazer as compras da semana passada.. E eis que comprei este livro.. vamos ver se é desta que eu vou realmente começar a estudar a "ciência" mais filosófica que existe..

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fim-de-semana de luxo



Que fim-de-semana tão "catita".. Tanta coisa de escola para fazer.. e eu nada fiz.. e ainda bem.. o trabalho não se acaba, nem se resolve sozinho.. espera sempre por mim..
Este fim-de-semana foi 5*!
Na sexta à noite a magnífica e sempre habitual reunião de animadores.. é uma festa!
Sábado de manhã: catequese.. à tarde: cafés, amigos (em especial, os algarvios! que saudes eu tinha deles..)
Tarde e noite: cinema no monumental.. imagine-se.. Morrer como homem.. muito bom, mesmo!
Domingo de manhã: a distribuição do Pão de Deus à porta da Igreja, seguida da celebração da grande solenidade de Todos-os-Santos.. que solenidade.. que liturgia.. qual assembleia de santos.. a liturgia terrestre em perfeita sintonia com a liturgia celeste.. enfim.. que alegria vivificante!
Princípio de tarde: a dormir no sofá, com o almoço a arrefecer e a minha mãe a chamar por mim..
Fim de tarde: Uma passagem pelo lar de idosos, para uma visita sempre especial e cinema do Arena Shoping.. Fama: que espectáculo!!
Jantar de Domingo, sempre com os papás..
Serão: Ídolos.. que coisa tão sem jeito, até fiz um mail de desagrado para a SIC.. ao qual já obtive resposta..
Pronto! E volta a semana de trabalho.. o dia de segunda é sempre de grande preguiça... espero que amanhã tenha mais energia.. novos projectos têm de começar..

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Felizes




Felizes. Porque, ao fundo de si mesmos,
cheios andam de quanto vão pensando.
E, disso cheios,
nada mais sabem. Dão para aquele lado
onde o mundo acabou, mas resta o eco
de o haverem pensado até ao cabo
e irem agora criar o movimento
que subsiste no tempo
de o mundo ainda estar a ser criado.
Por isso são felizes. Foram sendo
até, perdido o tempo, só em memória o estarem habitando.

Fernando Echevarría, in "Figuras"

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Na mó debaixo

Estou em pleno Encontro Nacional de Pastoral Litúgica! O Grande Encontro! E que encontro.. Encontro??!! Ou desencontro??!!

Tenho imenso para escrever, incluindo coisas desta semana.. Mas não me apetece.. O que é que apetece??!! ..

Fica este poema, que representa os meus sentimentos presentes e breves.. espero.. ou não..



Contemplo o que não Vejo

Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.

Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.

Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.

Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

sábado, 25 de julho de 2009

Leituras de LUNÁRIO




Numas leituras menos próprias, não aconselhadas a quem tem alguma dignidade, vi-me tentado a reler Lunário, de Al Berto.. e não é que caí mesmo em tentação.. e acabei por ler hoje o Lunário..
Não sei se transmite alguma mensagem.. mas é de tão baixo nível, que chega mesmo a ser grosseiro..
Não obstante estas considerações passo a citar algumas frases que me fizeram reler duas e três vezes as mesmas palavras..

«O corpo, esse país mais ou menos habitável, em que nada lhe lembrava aquele outro país geograficamente definido nos mapas, e que toda a gente insistia em dizer-lhe que era o seu país. O corpo invocava-lhe sempre outro sitio luminoso, distante, onde podia agir e respirar, pensar e mover-se livremente. Território semelhante à noite das cidades em que se perdessem, ele e o seu corpo, propositadamente, para se abastecer de sexo, de renovados desejos, inesperadas seduções, pequenos perigos e emoções.»

«Será possível um corpo ter muitos rostos? E um rospo deixar indeléveis vestígios na passagem por muitos corpos? Não consegue encontrar resposta. Nem tem noção do que perdeu, e de como perdeu. Apenas precente que nessa perda a sua vida se eternizou. Por isso sobrevive sem projectos. O que tinha a fazer, já fez.»

«Nunca se regressa ao que se abandonou.»

«Não me abandones ainda, porque um morto, sabes precisa de ternura, mesmo que seja a coisa menos sintilante que há... Porque o tempo e o esquecimento dos vivos corrói-o até aos ossos, muito mais depressa que os vermes, e fica sem graça, e não há espelho que se atreva a reflectir tamanha melancolia... ...um morto é a coisa mais melancolica que existe... só vive e ocupa espaço na memória dos que por ai ficaram, desse lado. Mas os vivos não enchem a memória de um morto. Um morto tem como destino apagar-se para sempre, apesar de muito o terem amado, apagasse... esteja ele onde estiver...»

«Amo Beno, e penso em mim como se pensasse nele, e nas suas mãos guardo a asaudade que das minhas hei-de sentir...»

«Quando Zohía começara a despir-se e a enrolar-se violentamente num lençol, e a sair assim para a rua, falára daquele tigre enjaulado. Dissera que não podia mais mante-lo prisioneiro, e que as garras dele a dilaceravam por dentro. Precisava de o deixar fugir quanto antes, de o devolver à selva nocturna das cidades.»

«Sentimo-nos cansados, um cansaço semelhante à flor que murcha por excesso de luz, ou por falta de água. Não sei... talvez coisas de bêbedos. Nada que tenha verdadeira importância. Beno chorou, mas eu não consegui.»

«Fugir. Descer do cimo da minha razão por uma corda de chuva, vestir-me com a humidade verde das plantas, adquirir asas e reaver a memória de um mundo primordial.»

«Beno estava vazio, sentia-se oco, abandonado. Mas, apesar dessa sensação de frio, crescia dentro dele a certeza de que Nému, e todos os outros, eram agora órgãos do seu corpo, faziam parte dele - e, dispersos, vivos ou mortos, pertenciam-lhe para sempre, enquanto vivesse.»

(recolhas de um já não assumido lunático)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Eu




Na busca de um poema que pudesse servir de suporte a uma postagem já anunciada (o último dia de um sonho), subi à biblioteca da escola.. Depois de descansar a A.M. (pois sempre que lá me dirigido significa que o meu mundo interior não está nos seus dias) corri à prateleira dos Poetas.. peguei em sophia, mas não me satisfez.. peguei noutro de sophia, mas não me satisfez.. peguei ainda noutro de sophia e nem me satisfez.. eu queria algo forte.. sentimental.. duro.. triste.. real.. e quando é assim, a florbela às vezes ajuda.. não ajudou.. oh.. mais eis que encontro um poema magnífico sobre um tema que não gosto de falar.. mas cá vai:

Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

Uma escolha por amor



E aí está mais um livrinho lamechas.. acabei de o ler ontem (ou hoje) às 5 da manhã, envolto em lágrimas sufacantes.. mas hoje já li outro, mas desse já falo..

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O último dia de um sonho

..

Um dia destes faço uma postagem sobre o dia de hoje.. só não faço hoje porque saíria algo da ordem do fraquinho..


Estou quase a entrar de férias.. ;)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Quem ama não dorme




Ontem e hoje "devorei" o livro de Robert Schneider, Quem ama não dorme..
Já o tinha lido em 2005.. é simples e cruelmente real.. tudo..
Deixo-vos o parágrafo que me reteve mais tempo..

Não há esperança que tenha sentido. Que ninguém pense realizar os seus sonhos. Mais do que isso, deverá compreender como é loucura ter esperança. Uma vez isso compreendido, pode então ter esperança. Se, mesmo assim, conseguir ainda sonhar, então a vida tem um sentido.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A minha ausência

Caros amigos seguidores do meu humilde blog:

Quero apenas dizer que tenho andado muito ocupado com as coisas do mundo.. o que não significa que esta pequena caixinha mágica não seja invadida de grandes emoções.. mas também tenho andado sem disposição para escrever.. deixem passar a época das matrículas e os outros trabalhos de escola e logo voltarei à escrita..
Abraço! E votos de boas férias, para quem se encontra de férias..

sábado, 20 de junho de 2009

A um outro A.

Serve esta postagem para prestar uma singela homenagem a quem me pôs a ouvir os "Hoje"..
Alguém muito especial e muito grande..
Alguém que faz com que esta minha vida de emoções valha a pena..
Obrigado pela tua existência!

«Foi Deus, que deu voz ao vento
Luz no firmamento
E pôs o azul nas ondas do mar»
Amália


De qualquer modo fica um outro tema interpretado pelos Hoje, GAIVOTA..

Bem.. que poema..

THIAGO




Do hebraico - significa `O que suplantou`. O nome é uma forma vernácula de Jacó, do hebraico `Jacob`, que significa `O vencedor`.

Há muito gente que se chama "TIAGO", mas não sabem..

De qualquer modo, esta postagem é dedicada aos Tiagos.. sim.. é óbvio!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

3 pequenas grandes emoções




Hoje tive serviço na escola de torres, mas eu queria mesmo era ter tido na da lourinhã, até porque hoje os pais de 10.º ano iam à escola falar com os directores de turma e eu gosto de estar por lá..
A saída de torres estava programada para as 17h, mas acabei por sair perto das 18h.. Voei até à terra da loba.. Sabia que o director queria falar comigo, mas passei adiante do seu gabinete e disparei direito à sala de dt's, para ver onde estava um certo DT.. já na posse de tão importante informação, fui na busca de um certo encarregado de educação.. ainda não tinha chegado.. deixei recado para falar comigo.. fui então ter com o director.. lá fomos conversando, o que é sempre agradável.. então fiquei a saber que da reunião de ontem houve vários comentários negativos acerca da disciplina de EMRC.. fiquei profundamente triste: pensei que esses anti-clericalismos parolos já não existissem na escola da lourinhã.. fico profundamente triste.. mas sem lágrimas..
Passemos a outra emoção.. durante a conversa com a referida encarregada de educação (que não vou comentar: é uma emoção pegada; e essa com muitas lágrimas) surge uma emoção muito curiosa.. eis que vem ao meu conhecimento que os trabalhos realizados na minha disciplina, são lidos em casa.. até porque servem para os pais conhecerem melhor os seus filhos.. sem mais comentários..
3.ª emoção: já se aproximava o términus da minha visita à escola quando me cruzo com uma DT de uma turma que nenhum dos seus alunos frequenta a minha disciplina.. foi então que pedi à referida DT que precisava que se inscrevessem pelos menos dois ou três alunos.. imagine-se eu em plena angariação de alunos.. nem quero pensar.. está a chegar a época das matrículas.. não quero comentar mais..

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ao exame de português




Ontem fui fazer mais um serviço de escola que detesto fazer: vigilância de exames.. Que serviço tão inútil e tão fundamental.. E como alguém disse: para mim é apenas mais uma época de exames, mas para quem os faz é a sua época de exames..
Era o primeiro dia da época de exames e para não variar era o exame de português..
Empolguei-me com o exame, estava ansioso de ver o que saía.. até porque tinha o "outro" a fazer exame.. achei o teste muito acessível.. parece que foi mesmo acessível.. imagine-se que eu até levei uma série de sudoku's para fazer e tive muito tempo ocupado com a resolução da prova.. já vi a resolução e se o tivesse feito não me teria saído nada mal.. Oxalá que todos os que o fizeram tenham boa nota, ou pelo menos uma nota merecida..
Podia agora falar sobre a última questão, que me indignou.. era pedido um texto argumentativo sobre a liberdade, mas partindo da perspectiva do texto.. que pobreza.. que limitação de pensamento.. há estudantes que sabem pensar e até podem ter uma argumentação diferente da do texto ideológico escolhido..
Mas eu quero mesmo falar é da questão de Pessoa.. A determinada altura do teste, os estudantes eram convidados a discorrer sobre o "fingimento poético" de Pessoa ortónimo, citando alguns dos seus poemas.. Motivado pela referida questão deixo aqui duas poesias que me ocorreram..

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

ISTO

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Homenagem a um puto especial




Não sei de todo como fazer esta postagem.. sei que a quero fazer.. faz sentido e é merecida, mas não sei como fazer..
Esta postagem é dedicada ao AF, que é dos arredores de Torres Vedras, que tive o privilégio de ser professor dele.. ou eu dele..

O AF é especial!
É especial porque tem um bloco de apontamentos com perguntas "estúpidas"..
É especial porque faz questões que não são próprias da sua idade..
É especial porque se interroga sobre o mundo, o ser e a existência..
É especial porque tem brincadeiras inteligentes..
É especial porque quer ser escritor..
É especial porque já é um escritor..
É especial porque vive neste mundo, mas não é deste mundo..
O AF é especial, é muito especial!!

Meu querido AF: agradeço a Deus ter feito cruzar os nossos caminhos..

Comemorações do 1.º aniversário




É verdade! Já fez um ano que criei este DIÁRIO DE EMOÇÕES.. Se fizer uma análise de todas as postagens que escrevi, constato que a maior parte das emoções vividas por esta caixinha mágica que me habita não estão aqui relatadas..
Reli agora a minha primeira postagem.. Continuo a não saber escrever.. mas cada vez mais dá-me prazer vir ao meu blog.. ou melhor.. causa-me angústia não vir..
Como este blog tem Pessoa como patrono, deixo aqui mais um dos seus belos poemas..


Cansa Sentir Quando se Pensa


Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.

Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.

Tudo isto me parece tudo.
E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
E não poder viver assim.

(Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo -
Ah, nada é isto, nada é assim!)

Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'

terça-feira, 16 de junho de 2009

O apadrinhamento



Bem, esta postagem tem mesmo de ser.. não é que me apeteça muito, mas diz que fica bem.. lá terá de ser.. tive de reservar um dia de coisas para fazer e ainda por cima tenho de estar para aqui a perder tempo para cumprir protocolo.. não há pachorra..

(mil gargalhadas)

Minha querida afilhada: (sim, este texto é para ti!)

Queria apenas manifestar a minha alegria pelo dia de sábado.. pelo privilégio concedido de colocar a minha mão direita sobre o teu ombro direito (gesto tão significativo e tão comentado, já mais me poderia esquecer).. privilégio por poder dizer o teu nome ao bispo (ao vigilante).. pivilégio de poder ter estado com a tua família.. com o teu avô.. privilégio por na minha vida cruzar com gente tão grande como tu!!

Só não te agradeço porque não faria qualquer sentido.. (alguma dúvida fala com o Sr. FL, ele sabe isto perfeitamente.. :P)

Um grande beijo!

cm*

O retiro



Faz hoje uma semana e estavamos em pleno retiro juvenil..
Tantas emoções vividas..
as minhas malucas..
a equipa dos animadores, este ano mais enriquecida com as catequistas..
os oradores..
a capela..
a missa inaugural..
os pais..
as cartas..
as subidas ao telhado..
a falta de café..
o ambão..
a máquina de aumentar..
a casa para arrumar..
o sr. leonel..
e todas as outras emoções não inteligíveis..

Fica o hino do retiro:

Esta sede de te encontrar em mim,
de correr para Ti, de estar junto de Ti.
Guias pelos vales o decurso do meu rio.
Única razão és TU, único sustento Tu.
A minha vida existe porque existes Tu.

Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.
Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.

Gira o firmamento sem nunca ter paz,
mas existe um ponto a brilhar para mim.
A estrela polar que fixa os meus passos,
A estrela polar és Tu, a estrela segura Tu.
A minha vida existe porque existes Tu.

Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.
Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.

Brilha a tua luz no centro do meu ser.
Dás sentido à vida que em mim nasceu.
Tudo o que farei será somente amor,
Único sustento és Tu, a estrela polar Tu.
A minha vida existe porque existes Tu.

Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.
Tudo gira à tua volta, em função de Ti,
Não importa quando, onde e o porquê.

As próximas

Serve esta postagem para fazer o firme propósito de anunciar as minhas próximas postagens:

1. O retiro

2. A apadrinhamento

MUDANÇA DE VISUAL

3. Comemorações do 1.º aniversário

4. Homenagem a um puto especial

5. Ao exame de português

domingo, 31 de maio de 2009

Sou um guardador de rebanhos


VAN GOGH, A Pastora

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O sentido da incapacidade..


(clicar na imagem para visualizar o texto)

Hoje deparei-me com duas situações muito complexas.. Entre uma pausa e mais um passeio pela escola, ocorreu-me este texto de Paulo Coelho que aqui transcrevo.. Quando recorri a ele a primeira vez, faz agora cinco, foi num contexto muito diferente.. sim! muito diferente..
As situações que motivam esta postagem, que são as que importam, merecem da minha parte toda a atenção e oração.. não sei de todo o que fazer.. pelo menos em relação a uma delas.. Ajuda-me, meu Deus!

Várias lágrimas.. umas secas outras nem tanto..

terça-feira, 19 de maio de 2009

Oração do Abandono



Parece que uma lágrima quer saltar.. mas não faz qualquer sentido..

domingo, 17 de maio de 2009

17 de Maio

Será esta data uma referência no futuro?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Esperança

E quando aquelas conversas grandes surgem quando menos esperamos?? Bem.. que agradável.. mesmo quando o assunto o não é..

Esta postagem vem tentar ser luz para uma conversa grande que tive ontem no "mê sê nê" (messenger)..

Uma letra de Pedro Barroso:

Se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas meu filho mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam

Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a cada dia
e se no teu braço apenas sentes a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão

(iste mundus furibundus falsa prestat gaudia
quia fluunt et decurrunt ceu campi lilia
Laus mundana vita vana vera tillit premia
nam impellit et submergit animas in tartara)


Um beijo para a "Dedinhos".. A minha caixinha mágica está contigo..

Post scriptum: esta postagem terá segunda parte.. que será um pequeno vídeo desta música que alguém se irá oferecer para fazer.. ;)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Todo tempo do mundo - Parte III

Em homenagem à Kelly e à Rakas e não só..



Na continuidade dos pensamentos sobre o tempo, ou a falta dele.. sobre as prioridades.. sobre a quem devo dar esse tempo.. sobre a felicidade que está no tempo que não "gasto"..

Ontem, fui "obrigado" a atrasar uma das minhas aulas.. tinha mesmo de terminar de corrigir um trabalho para a faculdade e enviar por mail.. era uma apresentação que iria servir de introdução a uma mesa de convidados lá da aula de planeamento da faculdade, que por acaso correu muito bem..

Quando cheguei à sala, já devia passar meia hora.. tudo bem.. duas apresentações para serem feitas e eu nem tinha consiencia que 3 alunas tinham-se empenhado à séria para fazer o trabalho e eu não dei a devia importância.. enfim..

Recuando um pouco.. quando me sentei tinha uma aluna a querer entregar dinheiro da venda de lápis e canetas já realizada.. outra cheia de motivação para apresentar o trabalho.. outra a querer ver os tais lápis e canetas.. ambos junto da minha secretária.. e ainda estava outra sentada na minha secretária a ultimar o seu trabalho.. bem, outros estavam à janela e outros a fazer os trabalhos de química e outros nem sei.. conclusão: a confusão total.. quase total..

O tempo foi avançando.. e entre vendas de canetas e lápis à janela e outras conversas e a constatação de uma ausência ao encontro.. o tempo esgotou-se..

Resumo: uma falta de respeito da minha parte por aqueles que preparam responsavelmente os seus trabalhos.. enfim.. o tempo que eu devia ter dispensado e não dispensei.. não aos trabalhos mas ao que os realizaram..

Entretanto, depois de mais uma conversa sempre interessante, saí da sala por volta das 14h.. Começei a subir a escadaria que levaria ao encontro daquela que tinha faltado ao encontro.. mas já eram 2 da tarde e ela de certo já devia estar no bar..
Desci e fui ao bar ao encontro do encontro.. mas não encontrei quem queria encontrar.. mas logo encontrei outros tantos.. entre mais umas vendas de canetas e lápis e umas combinações sobre o filme que os meus magníficos vão produzir e as conversas tão sérias de alguém a quem dedicarei a próxima postagem e mais uma sandes pelo caminho..

Mas a minha caixinha continuava irrequieta (aliás, como anda sempre).. e lá fui eu subir novamente a escadaria do encontro.. Mal entrei na biblioteca dei de frente com o destinatário da minha busca.. "peguei" nela e "arratei-a" até à única mesa disponível, que por acaso era a última, a mais discreta.. lá falei umas coisas.. e outras ficaram por dizer.. outros encontros cruzaram o encontro.. lá descemos e mais umas palavras foram ditas..

Este blog não serve para mandar recados.. de todo que não.. mas tenho de dizer.. sabes bem que a nossa conversa não terminou.. eu cá estou, cá ando à espera..

Uma última nota vai para todos aqueles que esperam uma palavra, uma atenção.. da minha parte e eu distraídamente não dou o devido tempo.. Que a Rakas e as outras "Rakas" me perdoem..

Todo tempo do mundo - Parte II

Pois é.. como é possível? como é possível o impossível??!! vá diz-me! diz-me como é possível o impossível.. pois é.. não é possível.. por acaso até é possível..



Este sou eu daqui a uns anos.. sim! este sou eu daqui a uns anos.. à espera de ti.. com todo o tempo do mundo.. aliás eu neste momento já estou à espera.. já estou à espera de ti.. tu que não vens e que nunca virás.. mas eu espero.. espero por ti.. com todo o tempo do mundo..

Não penses que o destinatário desta postagem és tu.. e só não és tu pelo simples facto que o destinatário desta mensagem sou eu..

Todo o tempo do mundo - Parte I

A partir de uma reflexão, à qual dedicarei uma postagem com este mesmo nome, vi-me novamente envolvido em reflexões nada propícias às alegrias da primavera que se vai vivendo no tempo que corre.. oh.. se corre!! Reflexões essas que me arrombam esta pequena caixinha de emoções..
Não é justo que tantas e tão magníficas pessoas esperem por uma atenção minha, uma palavra, um carinho, uma postagem.. não é justo, NÃO É JUSTO!!
Não é justo pelo simples facto que não sou assim tão merecedor de tão grande consideração.. Mas mesmo sendo.. não é justo que não lhes dedique mais do meu tempo.. quando afinal são essas pessoas que fazem com que eu seja feliz.. tão feliz..
Hoje, hoje, HOJE quero ter todo o tempo do mundo para ti..



Podes vir a qualquer hora
Cá estarei para te ouvir
O que tenho para fazer
Posso fazer a seguir

Podes vir quando quiseres
Já fui onde tinha de ir
Resolvi os compromissos
agora só te quero ouvir

Podes-me interromper
e contar a tua história
Do dia que aconteceu
A tua pequena glória
O teu pequeno troféu

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Houve um tempo em que julguei
Que o valor do que fazia
Era tal que se eu parasse
o mundo à volta ruía

E tu vinhas e falavas
falavas e eu não ouvia
E depois já nem falavas
E eu já mal te conhecia

Agora em tudo o que faço
O tempo é tão relativo
Podes vir por um abraço
Podes vir sem ter motivo
Tens em mim o teu espaço

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Carlos Tê / Rui Veloso

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Leituras de Fernandos

«A ciência, a ciência, a ciência...
Ah, como tudo é nulo e vão!
A pobreza da inteligência
Ante a riqueza da emoção!

Aquela mulher que trabalha
Como uma santa em sacrifício,
Com quanto esforço dado ralha!
Contra o pensar, que é meu vício!

A ciência! Como é pobre e nada!
Rico é o que alma dá e tem.

[...]»

«Aquele peso em mim - meu coração.»

Poesias Inéditas (1930-1935) de Fernando Pessoa

Estranha forma de vida



Hoje fui ao Alvaláxia ver finalmente o “Amália”.. Para além daquilo estar tudo deserto e estarmos 3 pessoas numa sala, que não vê a senhora das limpezas há mais de uma semana, lá vi o filme.. Não conheci a Amália Rodrigues, mas será que ela era assim tão maluca??!! O filme gira à volta dos amores de Amália e pouco mais..
Valeu pela emoção vivida a ouvir esta música..


ESTRANHA FORMA DE VIDA

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Vive este meu coração
Vive de vida perdida
Que lhe daria um cordão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que eu não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pára , deixa de bater
Se não sabes aonde vais
Por que teimas em correr ?
Eu não te acompanho

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Em homenagem à NINI

No teu poema



No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta, de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, em vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera do futuro