Esta postagem é dedicada a alguém especial, mesmo que não saiba..
Para mim a música, mesmo fazendo-nos voar pela eternidade, não é mais que o suporte da palavra, do poema.. Mas desta vez foi diferente.. ouvi sem querer esta música na rádio e "adorei".. depois de muita pesquisa encontrei este poema do Ary dos Santos e o espanto foi enorme.. Gosto, gosto muito.. Apesar do poema dizer muito, saliento a seguinte quadra:
Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo há-de acender Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer
O sol?! Sim, o sol.. e mais não digo, sinto..
Fica então a Canção de Madrugar:
De linho te vesti
De nardos te enfeiteiAmor que nunca vi
Mas sei ...
Sei dos teus olhos acesos na noite
Sinais de bem despertar Sei dos teus braços abertos a todos
Que morrem devagar ...
Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo pode acender Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer
Irei beber em ti
O vinho que pisei O fel do que sofri
E dei
Dei do meu corpo um chicote de força
Rasei meus olhos com água Dei do meu sangue uma espada de raiva
E uma lança de mágoa
Dei do meu sonho uma corda de insónias
Cravei meus braços com setas Descobri rosas alarguei cidades
E construí poetas
E nunca te encontrei
Na estrada do que fiz Amor que não logrei
Mas quis quis
Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo há-de acender Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer
Então:
Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,
Nem forcas, nem cardos, nem dardos, nem guerras
Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,
Nem mal ... ... ...
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Apesar da versão original ter sido de Hugo Maia Loureiro (Festival da Canção 1970), deixo aqui a interpretação de Susana Félix:
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